Você já deve ter percebido que, hoje em dia, inovação tem sido uma palavra cada vez mais presente nas conversas no mundo dos negócios. Não é para menos, afinal, empresas que não acompanham as tendências e se fecham às novidades do mercado e da tecnologia correm o risco de ficar para trás.
Nos últimos anos, para justamente evitar que isso aconteça e, pelo contrário, buscar promover atitudes orientadas para a inovação dentro do ambiente de trabalho, diversas ferramentas têm sido criadas. O Design Sprint é uma delas.
Se interessou e quer saber mais? Então leia a seguir:
– O que é Design Sprint e quais são suas etapas
– Como ele funciona
– Dicas de como utilizá-lo no seu negócio
Do início
O Design Sprint foi desenvolvido pela Google Ventures, um braço do Google criado em 2009, que atua de forma independente e procura apoiar e investir no crescimento rápido de empresas de tecnologia em diversas áreas, como digital, software, biotecnologia e cuidados com a saúde. A ideia era encontrar uma forma mais eficiente de promover a inovação dentro de casa em vez de utilizar os tradicionais brainstormings, ou seja, aquelas reuniões para discussão de ideias que, muitas vezes, levam horas e não resultam em nenhuma conclusão.
O que é e como funciona
O Design Sprint inverte a lógica da “perda de tempo” e propõe um método interativo, prático e colaborativo para solução de problemas em até cinco dias.
“Essa técnica se baseia em premissas do design thinking e em metodologias ágeis para responder a perguntas críticas de negócios por meio de design – esboço -, prototipagem e teste de ideias com os clientes”, explica a designer Carla de Bona, professora dos cursos de MBA da faculdade de tecnologia Fiap, em São Paulo.
Em português, “Sprint” quer dizer “correr a toda velocidade”. A metodologia busca exatamente isso: aceleração. Em outras palavras, é um caminho que objetiva promover uma inovação acelerada, por meio da realização de modelos e testes com usuários.
Em cinco passos – um por dia –, a metodologia ajuda a responder perguntas críticas relacionadas a um determinado problema que a empresa esteja enfrentando e a chegar a uma solução testada e aprovada, de maneira rápida e competente.
As 5 etapas
Uma equipe da empresa, formada por profissionais de áreas e departamentos diferentes, é designada e deve seguir o passo a passo abaixo:
1- Entender: nesta primeira fase, o foco é buscar um melhor entendimento do problema por meio do compartilhamento de informações entre os participantes. A equipe se debruça sobre a jornada do usuário, analisa dados de pesquisas e mapeia todo o problema.
2- Divergir: aqui o time já vai esboçar as soluções. “A ideia é que cada um, individualmente, gere uma solução criativa para o problema e compartilhe com a equipe”, afirma Carla de Bona.
3- Decidir: na terceira etapa, o time olha para todas as soluções geradas e por meio de uma dinâmica de votação conhecida por dot voting (votação por pontos) decide quais ideias se destacaram mais das diversas soluções. Com as ideias mais votadas se cocria a solução final usando um storyboard, que são quadros com desenhos, gráficos e diagramas.
4- Prototipar: “Este é o momento de ser produtivo e construir sua solução”, afirma Carla. Aqui é importante ter, ao final do dia de trabalho, um modelo de alta fidelidade para ser testado na próxima etapa.
5- Testar: neste último dia, você deve testar o seu protótipo com o seu consumidor ou público-alvo, que irá interagir com a solução e lhe dar um retorno real sobre o tipo de experiência que teve. Esta etapa é essencial para identificar os problemas da solução escolhida e corrigi-la imediatamente.
A vantagem em relação a outras técnicas
“O Design Sprint oferece um atalho de aprendizado, permitindo elaborar e testar praticamente qualquer ideia em apenas 5 dias, reduzindo assim o ciclo interminável de debates e comprimindo meses em uma única semana”, aponta Carla de Bona.
Além disso, em vez de esperar para lançar um produto, por exemplo, para entender se ele é bem recebido pelo consumidor, com o Design Sprint você consegue obter dados claros de um protótipo realista. “Assim você economiza tempo e dinheiro”, complementa a especialista.
Um método bastante flexível
Atualmente, diversas startups e empresas no mundo todo, grandes ou pequenas, e de todos os setores, vêm utilizando o Design Sprint para aperfeiçoar seus produtos e serviços de maneira rápida.
A metodologia pode funcionar muito bem para responder questões em projetos internos, para testar uma ideia de um produto ainda em estágio conceitual, ou até para provocar melhorias em um produto que não tenha tido um bom desempenho nas vendas.
“O Design Sprint serve para qualquer tipo de problema relacionado a processo, produto ou serviço”, aponta Carla. “A metodologia tem chamado muito a atenção, pois ajuda os times a compartilhar ideias e discutir problemas sem viés e de forma rápida e colaborativa”, comenta a profissional.
Como aplicar na empresa
Para quem quer mergulhar a fundo na técnica e tentar aplicar noa próprioa negócio, a professora sugere a leitura do livro oficial do Design Sprint, escrito por Jake Knapp, que oferece uma visão bem detalhada do método e indica que tipo e tamanho de problema ele ajuda a resolver. “Depois disso, identifique um problema na sua empresa que você poderia aplicar o Design Sprint e coloque a mão na massa”, afirma Carla.
Também vale a pena fazer o download do aplicativo Duco, disponível para Android/iPhone, pois ele traz, de forma bastante resumida, tudo o que é preciso executar no passo a passo do Design Sprint.
O próprio Google sugere também algumas dicas de preparação antes de iniciar as 5 etapas, como escrever um briefing para entregar a todos os participantes, coletar informações sobre a jornada do consumidor, encontrar o espaço certo para realizar as reuniões e definir as regras básicas para o “sprinting”.
E aí, que tal experimentar essa nova metodologia para agilizar a dinâmica na sua empresa? 😉