_mensagens da liderança

Conversa com o presidente 

Milton Maluhy Filho​​

Milton Maluhy Filho - CEO-01

Milton Maluhy Filho fala sobre a performance do Itaú Unibanco em 2022, a estratégia do banco    e os desafios do futuro. 

 

Milton, como você avalia o ano de 2022 para o Itaú Unibanco? 

O ano de 2022 foi marcado por uma entrega robusta de resultados, mostrando que mesmo diante de circunstâncias desafiadoras, demonstramos continuamente a consistência da nossa capacidade de execução. Nosso resultado recorrente foi de R$ 30,3 bilhões, impulsionado principalmente pela expansão da carteira de crédito e da margem com clientes. Um marco significativo foi a atualização de nossa cultura corporativa: a Cultura Itubers, que nos orienta e direciona diante da complexidade do mundo atual, com os valores essenciais para nossos comportamentos e atitudes. Eu destaco também a satisfação de nossos colaboradores (medida pelo e-nps) que atingiu 88 pontos ao final do ano de 2022, chegando à nossa máxima histórica. 

 

Como está a transformação da organização diante do processo crescente de digitalização financeira? 

Atualmente, temos quase 19 mil pessoas trabalhando em equipes multidisciplinares, em cerca de 2 mil squads. Seguindo na frente de transformação digital na atração e atendimento dos clientes, encerramos o ano com 50% de nossa plataforma modernizada, o que representa 70% da eficiência esperada. Como resultado prático da geração de valor para nossos clientes, em 2022, 70% das contratações de produtos por pessoas físicas foram realizadas digitalmente, um crescimento de 14 pontos percentuais na comparação com 2021. 

 

Você tem falado muito sobre a criação de um “mindset” centralizado no cliente, ágil, adaptável    e moderno. Quais são os resultados dessa mudança?

O engajamento é tão importante para sustentabilidade do negócio quanto o aumento de nossa base de clientes. Por isso é fundamental entender as necessidades e expectativas das pessoas. Atualmente, monitoramos mais de 40 variáveis de relacionamento de cada cliente conosco e com o mercado, que vão desde transações na conta, acesso a canais, penetração de produtos, entre outros. Assim, identificamos o quanto e quais necessidades financeiras cada cliente atende pelo banco e podemos definir a conversa mais alinhada ao seu momento de vida e utilizar o canal de comunicação mais adequado. Neste momento, 87% de nossas ofertas são adequadas ao perfil de cliente aos quais elas são feitas e o ritmo de crescimento de clientes engajados em nossa base tem sido mais acelerado do que o de clientes totais. Isso nos fortalece como banco universal, cujo propósito é atender ao cliente no canal de sua preferência e da forma que lhe for mais conveniente. Outro de destaque nesse sentido é o nosso índice de eficiência, que ficou em 41,2% em 2022, reduzindo 2,8 p.p. em relação ao ano anterior. 

 

O Itaú Unibanco sempre trabalhou por meio de parcerias, uma estratégia que vocês denominaram de agenda associativa. Como foi essa trajetória em 2022?  

Eu acho que é nosso papel estar o tempo todo abertos e olhando para fora, vendo onde há oportunidades e negócios correlatos. Então, essas parcerias têm o objetivo de melhorar nosso ecossistema e a nossa proposta de valor para os clientes. A ideia é conseguir desbravar novos mares e avançar em outras verticais de receitas, que não são as tradicionais do sistema financeiro ou do sistema bancário. Em 2022, por exemplo, para expandir os nossos negócios e evoluir no meio digital, anunciamos esse ano a aquisição da Ideal Corretora, da Orbia, da parceria com a TOTVS na constituição da TECHFIN e da participação estratégica na Avenue.  Quando nos unimos a esses parceiros, que tem experiência e conhecimento complementares aos nossos, potencializamos nossa capacidade de entrega preenchendo nossos diversos ecossistemas com ofertas e produtos novos. Em resumo, temos procurado ir beyond banking quando entendemos que existe uma correlação, uma sinergia.  

 

Observamos a evolução da estratégia ESG do banco. Quais os maiores desafios nessa agenda? 

Estamos dedicando nossos esforços na evolução de questões relacionadas às mudanças climáticas, um dos principais desafios globais da atualidade. Neste ano, aprimoramos a metodologia de cálculo das nossas emissões financiadas expandindo a cobertura e a acurácia. Seguimos trabalhando para conexão de aspectos ESG ao cerne dos nossos negócios. Em 2022, fomos o banco brasileiro líder no ranking de emissões de títulos ESG (green, social, sustainability e sustainability linked bonds). Este ano, emitimos R$ 2 bilhões em Letras Financeiras Sociais para apoiar o empreendedorismo feminino no Brasil, em linha com o Programa Itaú Mulher Empreendedora, idealizado em parceria com a International Finance Corporation IFC – para fomentar o desenvolvimento de negócios liderados por mulheres por meio de iniciativas de aceleração, capacitação e networking.  

 

Quais os destaques do resultado do ano de 2022?  

O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado ficou em 19,0% e o índice de capital nível I encerrou o ano em 13,5%. Com base nisso, distribuímos R$ 8,4 bilhões em juros sobre o capital próprio em 2022. Além disso, reconhecemos e impactos provenientes de evento subsequente à data do fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial. Houve reforço na Provisão para Perda de Crédito Esperada para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto em resultado de R$ 1,3 bilhão (R$ 719 milhões, líquidos de impostos), com a diferença para a exposição total sendo reconhecida na provisão complementar. 

 

Que mensagem final você gostaria de deixar para os leitores?  

Encerramos o ano de 2022 de maneira otimista e com um olhar positivo para o futuro.  Com base em nossa melhor expectativa macroeconômica para 2023, o PIB deve crescer 1.1% e a taxa SELIC deve ser reduzida para 12,50% ao final do ano, enquanto a inflação, medida pelo IPCA, deve chegar a 6.1%. A partir dessas condições, projetamos para 2023: (i) crescimento de nossa carteira de crédito entre 6,0% e 9,0%; (ii) aumento da margem financeira com clientes entre 13,5% e 16,5%; (iii) custo do crédito entre R$ 36,5 bilhões e R$ 40,5 bilhões e (iv) crescimento das despesas não decorrentes de juros entre 5,0% e 9,0%, com o nosso índice de eficiência consolidado abaixo de 40%. 

 

 

Muito obrigado e boa leitura,

Milton Maluhy Filho

CEO

 

"O ritmo de crescimento de clientes engajados em nossa base tem sido mais acelerado do que o de clientes totais. Isso nos fortalece como banco universal, cujo propósito é atender ao cliente no canal de sua preferência e da forma que lhe for mais conveniente".

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