Semana em Revista
< Voltar• Banco Central reduziu a Selic por 0,75 p.p., levando a taxa para 12,25%
• IPCA-15 subiu 0,54% em fevereiro, diante da pressão sazonal de educação
• Novo projeto de recuperação para estados em grave situação financeira
• Ata do Fed reforça alta de juros nas próximas reuniões, mas não em março
BC realiza mais um corte na taxa de juros de 0,75 p.p.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa Selic por 0,75 p.p. novamente, levando a taxa para 12,25% a.a. No comunicado, o Copom deixa a porta aberta para cortes de juros maiores, afirmando que a possível intensificação da flexibilização vai depender da extensão do ciclo, mas também do comportamento da atividade econômica, dos fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação, nessa ordem. O texto também menciona que a extensão do ciclo vai depender das estimativas da "taxa de juros estrutural" da economia brasileira, que será reavaliada pelo Comitê ao longo do tempo.
IPCA-15 subiu 0,54% em fevereiro, diante da pressão sazonal de educação
A inflação medida pelo IPCA-15 em fevereiro ficou em 0,54%, pressionada pelo reajuste anual das mensalidades escolares e transporte público. Mesmo assim, o resultado foi o menor para o mês desde 2012. Acumulado em 12 meses, a taxa recuou para 5,0%, após ter registrado 5,9% em janeiro, reforçando a tendência de queda da inflação (Gráfico 1).
Superávit de R$37 bilhões em janeiro
O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 36,7 bilhões em janeiro, bem acima do esperado, diante de despesas menores. Com isso, o déficit primário consolidado recuou para 2,3% do PIB (Gráfico 2). O déficit nominal também diminuiu, atingindo 8,5% do PIB no acumulado dos últimos 12 meses, mas continua em patamares elevados. Acreditamos que a aprovação e implementação das reformas do teto de gastos e da previdência são fundamentais para reverter de forma consistente a trajetória ascendente da dívida pública.
Novo projeto de recuperação para estados em grave situação financeira
O governo enviou ao Congresso o novo projeto de recuperação fiscal de estados em grave situação financeira. A proposta define medidas de ajuste que os estados devem realizar para suspender o pagamento de suas dívidas com a União por até três anos, refinanciarem suas dívidas com o sistema financeiro e contratarem novos empréstimos para reequilibrar suas contas. O ajuste é fundamental para os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Entre as medidas de ajuste, estão: privatizações, aumento da contribuição previdenciária de servidores, além de várias medidas de corte de gastos. A assembleia legislativa do Rio de Janeiro aprovou o projeto de lei que autoriza a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE).
Como está a situação fiscal dos municípios brasileiros?
Publicamos nessa semana um relatório que analisa a situação fiscal dos municípios brasileiros (acesse aqui). Avaliamos que o problema fiscal dos municípios existe, mas é menos grave se comparado ao do governo central e ao dos estados. Os municípios não convivem com grandes resultados deficitários e/ou com um endividamento elevado e crescente. A situação é pior nos municípios que dependem mais das transferências de receita dos estados e do governo central. Consolidamos indicadores fiscais de forma a ranquear os municípios acima de 200 mil habitantes. De fato, os municípios que decretaram estar em calamidade financeira apresentaram piores indicadores. Nas capitais, o pior desempenho fiscal está no Norte, no Nordeste e em casos isolados do Sul, como Florianópolis.
Indicador de confiança da indústria cai em fevereiro
O índice de confiança do empresário industrial recuou 1,3% em fevereiro, segundo a sondagem empresarial da FGV (Gráfico 3). O resultado veio após uma alta de 5,1% em janeiro e foi influenciado tanto pelo componente de situação atual quanto pelas expectativas para o futuro. O nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) caiu 0,3 p.p. no mês. Os estoques seguem em queda. Esperamos que a confiança siga uma tendência de alta nos próximos meses.
Desemprego segue em alta
O mercado de trabalho continua piorando. Em janeiro, a taxa de desemprego atingiu 12,6% no trimestre encerrado em janeiro, o que em termos dessazonalizados representa uma alta de 12,7% para 13,0% (Gráfico 4).Para frente, acreditamos que a taxa de desemprego continue em alta ao longo deste ano, uma vez que a queda da atividade econômica continuará impactando negativamente o mercado de trabalho.
Ata do Fed reforça alta de juros nas próximas reuniões, mas não em março
O Fed (banco central americano) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária. A mensagem principal é que os membros do comitê acreditam que há espaço para três altas de juros em 2017 e que um novo movimento deve ocorrer nas próximas reuniões, mas não já em março. Esperamos que o Fed realize três altas de juros neste ano, começando na reunião de maio.
Destaques da próxima semana
Semana mais curta no Brasil devido ao feriado de Carnaval. Na quinta-feira, o Banco Central divulga a ata de sua última reunião, que irá trazer mais informações sobre os próximos passos da política monetária.
Nos Estados Unidos, destaque para o discurso do presidente Donald Trump no Congresso na terça-feira. Do lado econômico, os dados de pedidos de bens duráveis serão divulgados na segunda-feira e as sondagens ISM da indústria e do setor de serviços na quarta-feira e na sexta-feira, respectivamente.
Para o relatório completo com gráficos e tabelas, favor acessar o pdf anexo.